terça-feira, 31 de julho de 2012

Prefeitura abandona a Vila Irmã Dulce



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RUA sem calçamento não possibilita a acessibilidade para os muitos deficientes e cadeirantes que moram na área.



Na vila Irmã Dulce, localizada na zona periférica de Teresina, bairro Angelim, zona Sul da cidade, moradores da rua Senhor do Bonfim denunciam que o local foi esquecido pelas autoridades e que vivem de forma desumana e degradante.
A vila Irmã Dulce possui várias problemáticas, se destacando: a urbanização deficiente, abastecimento de água falho, energia elétrica precária e altos índices de violência.
Os moradores denunciam que não têm acesso à água tratada, não existe esgoto ou saneamento básico e com a rua sem calçamento, não possibilita a acessibilidade, condição de segurança e autonomia para os muitos deficientes e cadeirantes que moram na área. 
Segundo a dona de casa Socorro Costa, moradora há 8 anos, o local foi esquecido porque não existe nem o básico para a moradia. Ela explicou que deve ser feito uma galeria com urgência, porque por não ter saneamento básico, o lixo e dejetos da casa dos moradores são jogados no meio da rua, atraindo assim muitas doenças.
"Os problemas da vila Irmã Dulce são antigos, mas ultimamente, as coisas têm piorado. Aqui na rua temos cinco pessoas deficientes físicas e dois senhores com a perna amputada que não conseguem sair de casa. Minha filha com poucos meses de vida, já teve pneumonia. Meu filho mais velho que é autista, já teve dengue duas vezes e meu marido estava com dengue hemorrágica. Não dá pra conviver mais com este lixo na casa da gente e temos sempre que queimá-lo no quintal, porque aqui não passa nenhum carro, inclusive, carro para recolher o lixo. Estamos esquecidos", lamentou.
O metalúrgico Moisés Nunes Reis explicou que em época eleitoral sempre existem muitas promessas, no entanto, nada é feito para ajudar de fato.
"É muito triste viver nesta situação desumana, mas acho revoltante mesmo, quando no ano eleitoral, vários políticos passam por aqui, prometem tudo e nada é feito", disse o metalúrgico.
O aposentado João Bernardo das Chagas, de 63 anos, que possui a perna esquerda amputada, disse que como os carros não entram na rua, muitas vezes, nem pedidos de socorro são atendidos.  Ele explicou que teve o membro amputado por conta da diabetes e há três anos, não consegue mais sair de uma cama, porque não tem cadeiras de rodas e nem a rua tem calçamento.  "Há um mês, também sofri de um AVC e meu filho teve que percorrer um longo caminho comigo nos braços até conseguir encontrar um local que passasse carro para me levar ao hospital. É muito sofrimento para mim e para minha família", explicou.  
O eletricista Francisco das Chagas Farias dos Santos, filho do idoso, portador de neces-sidades especiais, explicou que o calçamento na rua é outra grande prioridade, já que têm muitos moradores com deficiência física e mental.
Ele disse que além do pai, tem também um filho de 2 anos com deficiência física, problemas cardíacos e uma hérnia que o impede de crescer normalmente.
"É importante que seja feito o calçamento da rua das Caçambas até a rua Musical, porque os cadeirantes e os deficientes não conseguem sair de casa, aqui temos além de tudo, esgoto a céu aberto, local mal iluminado e sem abastecimento de água. A violência é outro problema muito sério. Sem o básico, tudo é muito mais difícil", disse. 



( Diário do Povo )

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