terça-feira, 30 de junho de 2015

O xadres e o poker


Edivaldo-roberto-e-Dino
“Política não é blefe, é palavra e ação” (Roberto Rocha)

 Esta semana dei uma entrevista a blogs da capital que produziu alguma luz e, certamente, muito calor. Em parte por conta de problemas de transcrição, na passagem do oral para o escrito, e em boa parte pela intenção dos comentaristas em interpretar no espírito do poker o que era apenas estratégia de xadrez.
Senão vejamos: afirmei um truísmo, no meu raciocínio, de que o PTC e o PCdoB são pequenos partidos que não chegariam ao poder se não tivessem feito coligações com partidos médios que lhe dessem maior musculatura eleitoral. Algo evidente por si, que serviria, no plano nacional, para o meu próprio partido, mas que provocou reações de toda ordem, como se meu intuito fosse desmerecer a história das duas agremiações, ou quem sabe, sobrevalorizar o papel dos aliados. Daí não demorou muito para sugerirem, ou até afirmarem, que eu estaria “cuspindo no prato que comi”, ou anunciando rompimentos com o prefeito e o governador.
Ao invés de buscarem o contraponto na arena pública do diálogo, ouvindo as partes contrariadas, o que se viu foram comentários  visando desqualificar a mim, não a minha posição. E assim foi em relação a outros pontos da entrevista. Considero que faz parte de nossa pedagogia democrática evoluir para que o debate se dê entre ideias, não entre pessoas, e que não seja organizado em forma de guerra santa, como acontece hoje tanto no plano federal como no plano estadual.
No Brasil vive-se a dicotomia cediça e cansativa entre petistas e tucanos, como se esse fosse o único horizonte de possibilidades do país. Nas redes sociais, onde tudo é mais hostil, a disputa é entre “petralhas” e “coxinhas”, e quem paga o pato por esse empobrecimento argumentativo é o povo brasileiro.
Aqui na província o matiz é diferente. Criou-se um ambiente em que deve-se lealdade até aos erros dos aliados. Como se todos nós estivéssemos amarrados a uma corrente invisível e fossemos cúmplices de um destino comum. Qualquer crítica que se faça publicamente a um aliado é heresia. Mesmo quando essa crítica é feita para  mudar a vela do barco para prosseguir a navegação juntos.
Poderia enumerar várias outras iniciativas, mas o importante aqui é o registro de que por baixo de tanta espuma que se cria, do “furor e  fúria” das palavras, repousa um trabalho incessante para  buscar e aproveitar as oportunidades que o nosso Maranhão possa ter para crescer.
Da minha parte, vou continuar a dizer o que penso, com desassombro e lealdade à minha consciência. O que digo em público é o que afirmo entre quatro paredes. Não devemos temer o contraditório, o embate, a arena das ideias. Nosso compromisso deve ser, unicamente, com a verdade e com as aspirações do nosso povo, que nos confiou seus sonhos de mudança.

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