João Alberto, de carcará a coveiro?
João Alberto, de carcará a coveiro?
A manhã de ontem (27) deverá ser lembrada como o dia em que o poderoso PMDB de José Sarney caiu em desgraça e começou a tombar. Assim como os bárbaros invadiram Roma, os comunistas se preparam para tomar aquele que já foi um dos maiores partidos do estado.
Como bom esquerdista, o governador do Maranhão sempre acreditou que a miséria do país é culpa dos setores “conservadores” e da “direita”. Se antigamente ela era representada pelos milicos, hoje é representada pelo PMDB e pelos PSDB. E não importa que as lideranças dos dois partidos tenham tido participação direta na redemocratização do país enquanto os malucos do PCdoB explodiam bombas pelo país. Não importa se o PT está jogando no lixo todas as conquistas que uma coalização entre PSDB e PMDB conquistou na década de 1990. Para o esquerdista paranoico, e já está mais do que comprovado que este é o caso dele, PSDB e PMDB devem ser destruídos.
Com o PSDB Flávio Dino foi de um brilhantismo ímpar em duas etapas que mostram a ruína do partido. Usou os tucanos para consolidar a chapa que lhe garantiu a vitória em 2014 e em 2015 tratou de minimizar todas a lideranças do partido.
Madeira talvez seja o primeiro prefeito de grande cidade do Maranhão que não irá determinar em nada na eleição que irá escolher seu sucessor. Pinto Itamaraty foi humilhado por Flávio Dino ao tentar compor o governo. João Castelo só não teve a candidatura a prefeito de São Luís homologada porque Flávio Dino não quer. Neto Evangelista, que poderia estar brilhando na Assembleia, virou gerente de distribuição de sopa. E o resto segue o mesmo caminho.
A situação de Flávio Dino é invejada por comunistas de todo o Brasil. Que outro membro do PC do B tem um diretório do PSDB para chamar de seu?
E quando todos pensam que o governo e o governador atingiram suas metas, surge a novidade: o alvo agora é o PMDB.
Ontem o todo poderoso João Alberto respondeu da seguinte forma ao ser indagado sobre a relação entre PMDB e governo.
Nós havíamos conversado aqui que iríamos observar o governo. O comportamento do governo. Dar prazo para que a população avalie. E ver a manifestação da população, nós esperamos. Já que foram passados 10 meses, eu acho que deveria ser dado um prazo de 1 ano para nós começarmos a conversar e ter uma posição mais aguerrida em função do governo. O PMDB tem procurado olhar, apoiar seus membros. Na Assembleia Legislativa, o PMDB votou com exceção de um membro, nós temos 4 deputados, 3 votaram com Humberto Coutinho. Nós não tempos feito nenhuma ação até agora, como a oposição radical. Em absoluto estamos observando o governo. Dando o prazo necessário.
Pois é, não é? A paz que Flávio Dino e a oposição nunca deram ao Grupo Sarney é hoje proposta para o governo Flávio pelo membro que, pelo menos teoricamente, é o mais implacável do PMDB.
Não é preciso ser muito inteligente para perceber que João Alberto acenou para o governo. O mesmo governo que persegue e trabalha para destruir pessoas que, também teoricamente, deveriam ser lideradas por João Alberto.
“Linhares, foi apenas uma entrevista amena”. Talvez tivesse sido, concordo. Mas, como afirmar que em uma entrevista do PMDB de Sarney cerca de 80% dos convidados sejam ligados à imprensa governista? Aliás, até mesmo seu porta-voz oficial estava lá. Porta-voz que já desferiu ataques a todos os membros do PMDB desse estado.
Por acaso o senador esqueceu que João Abreu, membro do seu grupo, foi perseguido pelo mesmo governo que hoje é cortejado por ele. E os casos vão se acumulando.
O PMDB marcha a largos passos rumo às ruinas que hoje se acumulam no PSDB. Assim como no caso dos tucanos, peemedebistas silenciam no início do processo. E da mesma forma que a maioria dos tucanos hoje chora e se desespera por Carlos Brandão ter corroído o partido para Flávio, é bem provável que esses peemedebistas também o façam quando perceberem que João Alberto e Roberto Costa.